sábado, 19 de maio de 2012

Mães Excepcionais

A revista Cláudia deste mês, trouxe várias matérias especiais em homenagem ao dia das mães uma delas entitula-se Mães Excepcionais.
Enquanto muitas mães encontram dificuldades para aceitar seus filhos biológicos quando nascem com alguma deficiência, a matéria traz a história de mães que  mesmo podendo gerar filhos biológicos, escolheram adotar crianças com paralisia cerebral, autismo, síndrome de down, vírus HIV, e ausência de 90% do cérebro.

Estatísticas mostram  que das 5mil  crianças disponíveis hoje para adoção, 22% tem algum  problema de saúde: 421, deficiência mental: 121; deficiência física; 144 são portadoras do vírus HIV; 108 tem alguma doença não tratável; 208, possuem estado de saúde ignorado; e 338 estão doentes mas podem ser tratadas; em contrapartida cerca de apenas 2% dos casais aceitam adotar uma criança com uma doença grave ou deficiência.


Uma lição de vida, de amor...


Segue um trecho da reportagem...
Todas as vezes que Letícia Vitória, 1 ano e 8 meses, ouve a mãe ou o pai chegar em casa e bater a porta da sala, prende a respiração. A menina inspira e expira por meio de uma traqueostomia e, quando a passagem do ar é interrompida, o aparelho apita em sinal de alerta. Assim, a mãe tem de subir correndo as escadas do sobrado onde moram para dar um beijo na filha. Parar de respirar foi o jeito mais eficaz que Letícia encontrou para se comunicar com os pais. A garotinha tem cerca de 10% de massa cerebral: não possui os dois hemisférios - o córtex-, e apenas o tronco e parte do cerebelo se formaram. Não enxerga, não fala, não come, não anda, não senta, não segura o pescoço, mas escuta. E sente. Quando outras pessoas entram pela mesma porta, a menina não esboça a mesma reação. Ana Paula (mãe) adotou Letícia quando a pequena tinha 8 meses e vivia num abrigo da Zona Norte de São Paulo. No dia em que foi conhecer a bebê, a mãe não sabia o diagnóstico correto dela. "Me disseram que era um caso de paralisia cerebral leve e hidrocefalia. Não vi problema em adotá-la nessas condições." Numa sexta-feira de abril do ano passado, ela e o marido foram ao abrigo. Letícia respirava sozinha. Ele, emocionado, chamou a bebê de filha e pediu para segurá-la em seus braços. O casal a beijou e chorou. Na verdade o estado de saúde da menina era muito mais grave do que eles imaginavam. Letícia tinha um tipo de anencefalia;nunca iria andar, falar ou fazer contato com o mundo ao seu redor; viveria como um vegetal, no máximo até completar 1 ano. Ana Paula pediu para pensar. No carro, com o marido, começou a chorar. Com calma, ele disse: "Você não falou que ela era sua filha? Se conseguirmos fazer um só dia da vida dessa menina melhor do que todos os outros, vai ter valido a pena". Naquela mesma noite, o casal colocou Letícia para dormir em um berço na casa onde a família vive até hoje.
Carla Penteado e o marido adotou Marcela, hoje com 9 anos, quando estava com 2 meses, sabendo que a menina tinha paralisia cerebral. "Fui a um abrigo e vi uma bebezinha linda deitada. Quis pegá-la no colo, mas uma das funcionárias contou que ela havia tido um problema no parto e não escutava nem chorava. Peguei mesmo assim e Marcela chorou. Foi uma gritaria. Todo mundo começou a dizer que ela era minha filha". Conversei com meu marido e, no dia seguinte, fomos à casa do juiz para dar início ao processo de adoção. Aos dois anos, a menina foi diagnosticada com um alto grau de autismo. Depois de Marcela, Carla adotou Rafaela com síndrome de down e Luana que também tem um tipo grave de paralisia cerebral. "Quando bebê, a Marcela era muito estrábica. Para os outros, era uma criança feia. Todo mundo dizia que, quando eu tivesse um filho biológico, ele seria lindo. Aquilo me irritava profundamente e decidi, então, que só teria filhos especiais." Em uma lista de discussão sobre o tema na internet, Carla ficou sabendo que havia uma bebê de 8 meses, Fabíola, com síndrome de Down e um problema cardíaco, em um abrigo carioca. Logo se prontificou a adotá-la. Mas Fabíola não resistiu a uma operação no coração. "Fiquei de luto e com muita raiva durante meses. Até que um casal de amigos me orientou a transformar essa dor em algo produtivo. Foi quando criei o ATE." Nos 6 anos de existência da entidade, Carla já ajudou os tribunais brasileiros a fazer o casamento entre 70 crianças especiais e suas novas famílias.
Em geral, os pais adotivos especiais têm nível superior, podem conceber filhos biológicos, cultivam uma boa relação conjugal e são pacientes com crianças. Casos de pais adotivos que devolvem as crianças depois de descobrir uma doença incurável ou deficiência são comuns. Segundo Carla, fundadora da ATE, a maioria das pessoas que se dispõem a esse tipo de adoção são voluntárias de abrigos para órfãos, que acabam criando um vínculo emocional com a criança debilitada.
Quando foi adotar Marcela, Carla ouviu de um médico: "Você vai levar um problemão desses para casa? Hoje, ela conta a história indignada. "Que mãe gosta de ouvir isso do seu filho?" Entrevistei pais que ouviram coisas absurdas, como: Pra que você vai levar um estragadinho? O Judiciário e a sociedade em geral não está preparado para lidar com os pais que aceitam crianças especiais.
A artista plástica Maria Rita, mãe de Felipe, hoje com 13, foi desencorajada pelos médicos quando decidiu adotar o filho, ainda bebê. Ele era portador do vírus HIV e tinha tido quatro pneumonias e quatro paradas cardíacas num intervalo de quatro meses. "Diziam que a expectativa de vida era baixa, que eu não deveria me envolver com ele." Ela adotou Felipe aos 4 meses. Fazia, então, dois meses que ele tinha chegado à instituição que ela própria fundara. Felipe havia sido abandonado pela mãe biológica na maternidade. Como nascera prematuro, tinha problemas respiratórios. Ainda assim, fora encaminhado para a ONG.  Aos 6 meses, ele foi internado para operar uma hérnia no umbigo e teve uma das paradas cardíacas. Os médicos disseram que ele não sobreviveria. Ficamos em pânico, não podíamos perder nosso menino. Hoje, Felipe leva uma vida normal;duas vezes por ano vai a um infectologista e submete-se a exames para investigar a quantidade de vírus no sangue e como anda a imunidade. Ele também toma remédios para controlar o HIV. 
Continua na revista Claudia...

domingo, 13 de maio de 2012

Primeiro Dia das Mães

Com tantas incertezas na minha gravidez, nunca parei para pensar que esse ano poderia estar comemorando o Dia das Mães. Não entendia o significado desse amor incondicional até me tornar mãe. Sou muito grata a Deus pelo crescimento que me proporciona e por aprender tanto com ela tornando-me uma pessoa melhor. Minha pequena princesa me faz sentir inteira, completa...me dedicar a essa menininha desta maneira é simplesmente maravilhoso. Ser mãe é, definitivamente, a coisa mais sublime que pode acontecer na vida de uma mulher. 

Parabéns a minha mamãe, sogra e irmã e todas as mamães nesse dia tão especial!!!



Antes de ser mãe, eu fazia e comia os alimentos ainda quentes. 
Eu não tinha roupas manchadas, tinha calmas conversas ao telefone. 

Antes de ser mãe, eu dormia o quanto eu queria, nunca me preocupava com a hora de ir para a cama. Eu não me esquecia de escovar os cabelos e os dentes. 

Antes de ser mãe, eu limpava minha casa todo dia. Eu não tropeçava em brinquedos e nem pensava em canções de ninar. 

Antes de ser mãe, eu não me preocupava: se minhas plantas eram venenosas ou não. Imunizações e vacinas então, eram coisas em que eu não pensava.

Antes de ser mãe, ninguém vomitou e nem fez xixi em mim, nem me beliscou sem nenhum cuidado, com dedinhos de unhas finas. 

Antes de ser mãe, eu tinha controle sobre a minha mente, meus pensamentos, meu corpo e meus sentimentos e dormia a noite toda. 

Antes de ser mãe, eu nunca tive que segurar uma criança chorando, para que médicos pudessem fazer testes ou aplicar injeções. Eu nunca chorei olhando pequeninos olhos que choravam. Nunca fiquei gloriosamente feliz com uma simples risadinha. Nem fiquei sentada horas e horas olhando um bebê dormindo. 

Antes de ser mãe, eu nunca segurei uma criança, só por não querer afastar meu corpo do dela. Eu nunca senti meu coração se despedaçar, quando não pude estancar uma dor. Nunca imaginei que uma coisinha tão pequenina, 
pudesse mudar tanto a minha vida e que pudesse amar alguém tanto assim. 
E não sabia que eu adoraria ser mãe. 

Antes de ser mãe, eu não conhecia a sensação, de ter meu coração fora do meu próprio corpo. Não conhecia a felicidade de alimentar um bebê faminto. 
Não conhecia esse laço que existe entre a mãe e a sua criança. E não imaginava que algo tão pequenino, pudesse fazer-me sentir tão importante. 

Antes de ser mãe, eu nunca me levantei à noite toda, cada 10 minutos, para me certificar de que tudo estava bem. Nunca pude imaginar o calor, a alegria, o amor, a dor e a satisfação de ser uma mãe. Eu não sabia que era capaz de ter sentimentos tão fortes. 

Por tudo e, apesar de tudo, obrigada Deus, por eu ser agora um alguém tão frágil e tão forte ao mesmo tempo. 

Obrigada meu Deus, por permitir-me ser Mãe!