segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Dias na UTI

Nossa filha Sara está cada dia melhor. Retiraram a sonda e ela abriu os olhos pela primeira vez. Ir pra casa sem ela é mto difícil, choro todos os dias, pois o cheiro dela fica em mim...Qdo chego na UTI e falo com ela, a respiração fica ofegante, é impressionante, meu coração fica apertadinho...








A vida das mães na UTI não é fácil. Tinha uma mãe que estava lá há 7 meses, tem outras que ficam anos até que as crianças estejam aptas a saírem dos cuidados intensivos ou, muitas vezes, vão para casa em "Home Care" (quando monta-se uma verdeira estrutura de hospital dentro de casa).


Segue trecho da matéria Mães de UTI que li na Revista Claudia.

As mães de UTI pertencem a um universo invisível para quem está só de passagem por um hospital. São aquelas mulheres que saem pela porta dos fundos das maternidades, sem o filho recém-nascido nos braços. Ou aquelas que se vêem obrigadas a devolver suas crianças aos cuidados da medicina. De uma hora para outra, elas são arrancadas de seu cotidiano familiar. Planos são interrompidos. A vida é suspensa pelas ameaças permanentes que pairam sobre seus filhos. "Não bastasse toda essa situação, ainda convivem com a culpa. Inconscientemente, responsabilizam-se pelo fato de o filho não ter nascido saudável", diz a psicóloga Daniela de Almeida Andretto, da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo. "Com isso, isolam-se do mundo e, em muitos casos, até do marido." Entre as mães de UTI, o índice de divórcios é altíssimo. Chega a 30%, quando a criança fica internada até seis meses, e a 50%, quando a hospitalização chega a um ano. Acima desse período, 70% delas enfrentam a separação.
Muitas vezes sem ver a luz do sol e a cor da rua, elas se exilam da vida profissional e pessoal, deixam de lado o marido e os outros filhos. Cercadas de monitores, cateteres, tubos, bombas de infusão e respiradores que avivam seus pequenos, enfrentam um jogo de tudo ou nada. O que sabiam antes pouco serve no estressante mundo hospitalar: elas têm de aprender a ser mãe de quem está por um fio. Devem lidar com um corpo frágil, que nem sequer pode mamar seu leite e se aquecer no seu colo. A rotina da criança tampouco lhes pertence – médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e fonoaudiólogos decidem tudo. À primeira vista, o grupo mais parece um batalhão de intrusos interpondo-se na relação mais tenra, primitiva e indispensável que se estabelece entre mãe e bebê no início da existência dele. A gestante entra na maternidade para parir um sonho e, no lugar dele, se depara com doenças incuráveis e adversidades.Em geral, é este o enredo: elas perdem o chão com a notícia de que o rebento não deixará o hospital...
...continua na Revista Claudia....

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